Durante a guerra...


Apesar do imenso prestígio que a Bauhaus havia alcançado dentro da Alemanha e no resto do mundo, a escola passou a ser perseguida pelos alemães mais tradicionais, entre eles os nazistas que estavam em franca ascenção. Para os tradicionalistas, a arquitetura modernista da Bauhaus não era adequada para a grandiosidade da Alemanha que o regime nazista ansiava.
Atacados pelos defensores dos nazistas, diante das fragilidades da proteção das autoridades de Weimar, a escola viu-se obrigada a transferir-se para Dessau. Ali, Walter Gropius construiria, em 1925, uma nova sede para a instituição.
É no período da escola em Dessau, que a colaboração com as indústrias seria amplamente intensificada. A maioria dos protótipos executados na Alemanha, saiam diretamente das oficinas de Dessau para as indústrias. Muitos dos artistas bauhausianos passaram a dedicar-se ao desenho industrial, enquanto que alguns dos seus discípulos ocupavam postos importantes nas grandes empresas.
Em 1928, apesar das pressões sobre os seus membros pelos tradicionalistas, a Bauhaus já era uma instituição inequivocamente estabelecida. Naquele ano, Walter Gropius passou a direção da escola a Hannes Meyer, inaugurando um novo período, o segundo. Os ventos políticos na Alemanha começavam a soprar contrários à efervescência vanguardista. A pressão dos grupos nazistas levou o novo diretor da Bauhaus a demitir-se em 1930. Ludwig Mies van der Rohe foi quem o substituiu, dando início ao terceiro período da história da Bauhaus.
Mies van der Rohe seria o último diretor da Bauhaus. Mudaria novamente a sede, em 1932, de Dessau, considerado um lugar de maioria de esquerda, para Berlim. A chegada a Berlim culminou com a ascensão nazista ao poder. Em 1933, Hitler assumiu a chancelaria alemã. O líder nazista sentia-se incomodado pelo modernismo em gestação na Alemanha.
O führer tinha outras inclinações estilísticas, herdeiras de uma tradição neoclássica. Queria monumentos grandiosos para um império, que ele previa, teria a duração de mil anos. Dotados de uma visão crítica e racional, os bauhausianos não aceitavam a ideologia nazista. Também os nazistas não aceitavam os Bauhaus, associados ao partido comunista, e às suas obras, longe do ideal clássico por eles ansiado. Com extinção da República de Weimar, também a Bauhaus chegava ao fim, sendo encerrada em Berlim, em 1933. Seus edifícios tornaram-se centros de formação para os oficiais do partido nazista.
 (Renan)

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